terça-feira, 6 de abril de 2010

Teatro: Play

Das telinhas do cinema para o palco do Teatro Celina Queiroz. Inspirada no filme “Sexo, mentiras e videotape”, de Steven Soderbergh, a peça “Play” passa por Fortaleza nos dias 23, 24 e 25 de abril, apresentando no elenco Daniela Galli, Maria Maya, Rodrigo Nogueira e Sérgio Marone. Nessa trama, dirigida por Ivan Sugahara, não é o seu desenrolar que desenha o contorno íntimo dos indivíduos, e sim seus dilemas e ansiedades que provocam os conflitos.

No palco, um homem volta anos depois para sua cidade, onde reencontra um amigo de faculdade, agora advogado, que trai a mulher com a cunhada. São pessoas que se enganam. Mentirosos, infiéis a si e aos outros. O oposto de tudo aquilo que fundamenta a amizade e a intimidade. Ana, a esposa traída, Cíntia e João reproduzem o triângulo amoroso retratado no filme.

João é casado com a reprimida Ana, mas trai a mulher com a sensual cunhada Cíntia. É quando chega Jonas, o amigo de João que vai desestabilizar as relações. Se no filme de Soderbergh ele era um homem que gravava mulheres por não conseguir mais manter relações sexuais “ao vivo”, em “Play”, Jonas grava mulheres por ser um artista que está fazendo um projeto. Um projeto que se confunde com a realidade de cada um dos personagens.

O espetáculo recorre ao uso de procedimentos cinematográficos como a montagem de cenas paralelas e o flashback. A iluminação tem uma função importante, equivalendo à edição e aos movimentos e efeitos de câmera. Tal como nos closes fechados, por vezes a luz foca um pequeno objeto, o detalhe da expressão de um ator. Luzes caindo em resistência desempenham o papel de fade-outs.

A montagem recorre ainda à utilização de cenas em vídeo, projeções, sobreposição de slides sobre a cena e filmagem em tempo real. Trata-se de uma linguagem fragmentada, mas ao mesmo tempo acessível por ser característica da contemporaneidade. A adaptação para o palco procura estabelecer uma outra camada dramatúrgica, criando um paralelo entre a história e as possibilidades criativas que o teatro pode obter ao se apropriar de procedimentos audiovisuais.

O filme
Numa época em que o mundo está saturado de imagens, um filme sobre a integridade e a intimidade ganhou o Festival de Cannes de 1989. Feito por um nova-iorquino de 26 anos, Steven Sodebergh, “Play” (Sex, lies and videotape) retrata a superação do impasse atual do pós-modernismo, com o esgotamento das histórias e cenários que até então mobilizavam nosso imaginário.

Ficha Técnica
Texto: Rodrigo Nogueira
Direção: Ivan Sugahara
Elenco: Daniela Galli, Maria Maya, Rodrigo Nogueira e Sérgio Marone
Assistente de direção: Cristina Amadeo, Cynthia Reis
Figurinos: Rui Cortez
Cenário: Rui Cortez
Iluminação: Renato Machado
Preparação corporal: Cristina Amadeo
Edição de vídeos: Jonas Gadelha
Programação visual: Hallan Moulin – Design Cultural
Fotos: Julio Callado/André Mantelli
Visagista: Fernando Rodrigues
Produção executiva: Giba O'Beika
Assistente de produção: James Hanson
Direção de produção: Maria Maya e Giba O'Beika
Produção local: Procult

Serviço
Dias: 23, 24 e 25 de abril de 2010
Horário: 21h (sexta e sábado) e 19h (domingo)
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Local: Teatro Celina Queiroz
Informações: (85) 3477-3175/3033

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